domingo, 19 de dezembro de 2010

O real valor dos presentes natalinos.
















Em muitas comunidades rurais ou isoladas de países que seguem o calendário cristão e que tem no cristianismo a base das religiões predominantes, principalmente em países europeus tradicionais, assim como nas Américas, o costume no natal é presentear com artigos artesanais produzidos pelas pessoas que querem dar aos amigos e familiares lembranças exclusivas e que indicam todo o trabalho e capricho necessários para a fabricação do artigo.
É uma saudável competição para ver quem faz o presente mais bonito e elaborado.
Todo o tempo e sacrifício necessário para a preparação do presente dá a demonstração do carinho que a pessoa que presenteia tem pela pessoa que recebe o presente. Aí está o real sentimento do Natal, o Sacrifício.
No interior da Alemanha e países baixos, sul da França, norte da Espanha, interior de Portugal e Itália é muito comum as pessoas presentearem com pães, bolos, doces, queijos, embutidos, vinhos e licores delicadamente e especialmente produzidos para a ocasião.
Em comunidades rurais latino americanas de origem europeia o costume também segue, ainda hoje, apesar do apelo da mídia pelo consumo de produtos industrializados.
Não é só a distância dos grandes centros consumidores e ausência de grandes magazines por perto que faz com que a tradição de presentear com produtos artesanais não morra, mas a consciência de que presentear com produtos feitos caprichosamente pelas próprias mãos é uma maneira muito mais carinhosa de demonstrar o quanto se tem de apreço e estima pela pessoa presenteada.
Infelizmente, nos grandes centros urbanos, esse costume já se perdeu faz tempo. Em outros tantos ele nem chegou a existir.
Está mais do que na hora de repensarmos nosso padrão de consumo de lixo industrializado e darmos o verdadeiro valor ao que realmente importa.
A melhor maneira de demonstrar seu apreço é estar presente sempre que possível e não deixar de demonstrar seu afeto e carinho nunca.
Poucos sabem o real valor de um abraço apertado e sinceramente carinhoso!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Montañita, Equador.
















Montañita talves seja o pico de surf mais famoso do Equador, depois de Galápagos.

É uma direita longa e de qualidade, que começa a quebrar sobre uma laje de pedra e coral e entra em uma longa baía de fundo de areia.
Até o ano 2000 era o pico de surf mais barato da América do Sul, e um dos melhores destinos para uma surf trip, pelo baixo custo e altas ondas.
Mas em 2000 o pais sofreu horrivelmente com as consequências de um El Niño muito intenso e devastador, que além de provocar enormes danos na já combalida infraestrutura, quebrou a frágil economia do pais. O governo resolveu dolarizar a economia e o Equador tornou-se um destino bem mais caro.
Esse mesmo El Niño que assolou o pais em 2000, também provocou mudanças no relevo, topografia e urbanismo da localidade de Montañita. Muitas casas foram destruídas, morros deslizaram, rios tiveram a calha retificada pela força das águas e o "pueblo" de Montañita sofreu muitas baixas, com muitos mortos e desaparecidos. O lugar nunca mais foi o mesmo.
O interessante é que a partir da tragédia, o governo investiu pesado em melhorias no urbanismo da localidade e nas rodovias que passam pela região, o que provocou um "boom" no crescimento turístico.
Muitas publicações internacionais especializadas fizeram a propaganda da qualidade das ondas da região e o fluxo de surfistas passou a ser intenso, principalmente por parte de brasileiros e europeus.
Infelizmente o crowd chegou a um ponto limite em que mesmo eu, um adorador daquelas paragens, me desiludí. Começou um localismo chato por parte da nova geração e uma disputa intensa pelas ondas nos horários de pico. Restou a opção de acordar bem sedo e o finzinho de tarde, ficar de olho no horário do almoço pra torcer por uma esvaziada no line up, ou explorar ondas menos visadas mas de qualidade na região, como Las Tunas e Rio Chico.
Atualmente o pueblo de Montañita parece muito com redutos turísticos badalados como Jacó, na Costa Rica ou Puerto Escondido, no México.
Se você não conhece Montañita e gosta de badalação, vale a pena conferir! Mas para fugir do crowd intenso, prefira ir entre Novembro e início de Dezembro e entre Março e maio. Entre Junho e Outubro as condições de vento e ondulação não são favoráveis!
Uma boa dica de hospedagem é a pousada Casa Del Sol, bem em frente ao pico. Tem acomodações confortáveis por bom preço e comida variada e feita com higiene ( o que é muito importante em se tratando de Equador). Os preços ficam em torno de U$ 20,00 por cabeça com café da manhã. Eles também oferecem serviço de translado e surf trips pela região.
Ao lado da Casa Del Sol tem a hospedagem do meu amigo Jorge, que aluga quartos por aproximadamente U$ 10,00 por cabeça (sem café da manhã). Eles servem as refeições caso seja acertado antes, e o diferencial são os frutos do mar fresquinhos, pescados pelo Jorge.
Lembre-se, estes preços são para a baixa temporada, na alta temporada você pagará o dobro!
No pueblo você encontra mais várias opções de pousadas e hotéis, bem como locais para comer, mas fica a aproximadamente 2 km do pico de surf, e além de você não ter como checar as ondas, a caminhada pode ficar bem cansativa depois de uma longa seção de surf.

Lobitos, Perú.
















Lobitos está localizado no extremo norte do litoral peruano, próximo de Mâncora e da fronteira com o Equador.
O local teve rápido desenvolvimento a partir de 2005, quando passou a ser conhecida mundialmente pela qualidade de sua onda, uma esquerda extensa e tubular, que lembra Desert Point, na Indonésia, só que com fundo de areia, o que para muitos é uma vantagem.
O problema é que o crowd se tornou absurdo e quase insuportável em alguns horários do dia e épocas do ano.
O pior é que é um crowd constituído por surfistas experientes, muitos deles profissionais, de origem americana, australiana ou européia. Os brasileiros não são maioria, o que é raro em se tratando de Perú.
No final de semana o mar fica ainda mais impregnado, principalmente por surfistas peruanos vindos de cidades próximas.
Um inconveniente que vem se disseminando são os assaltos, muitas vezes a mão armada, praticados por bandidos locais que ficam as espreita de turistas desavisados que optam por se hospedar em casas do povoado. Essa opção de hospedagem é mais barata do que ficar em pousadas próximas a praia, mas você fica dentro de uma comunidade pobre e cheia de marginais.
Eles se interessam principalmente por forasteiros que estão em grupo, ostentam riqueza e chegaram a pouco tempo (então ainda estão cheios de dólares).
As alternativas de hospedagem em pousadas e hotéis variam de U$ 5,00 a U$ 50,00, e há para todos os gostos, desde suites com ar condicionado a quartos simples com chuveiro frio.
Uma boa opção é o Hotel e restaurante Breakers ( telefone 073-96989311, e-mail breakerslobitos@yahoo.com ) com bungalows simples mas bem limpos, com camas confortáveis, mosquiteiro e ventilador de teto, para 3 ou 4 pessoas e pelo custo de U$ 5,00 por cabeça ( na baixa temporada). Esse local é bom por ser seguro e estar em um local estratégico, próximo a outros restaurantes bons e ao ponto onde se pega a condução que leva a Talara, uma cidade próxima boa para ser visitada em dias flat ou para comprar guloseimas, frutas, artesanatos e outros artigos em muitos dos seus mercados, feiras e lojas. Também é a cidade onde se pega o ônibus de volta a Pacasmayo, Mâncora, Piúra ou outras cidades grandes.
Para você conseguir fazer a cabeça no surf em Lobitos, tem que usar a clássica estratégia de acordar com as galinhas e surfar até quando der pra suportar o crowd, depois é só tomar o café da manhã, dar um descanso e depois caminhar para checar os picos próximos chamados El Molhe (ao lado de um pier de atracação de barcos pesqueiros) e Piscinas, uma esquerda bem manobrável e que tem um bom tubo na primeira seção, quando a maré está seca.
Piscinas é uma ótima opção porque raramente está crowd e é muito constante.
Na direção oposta, a esquerda do point de Lobitos, ficam as seções de El Ueco e Baterias, que só quebram com ondulações acima de 2 metros e que exigem bastante experiência, pois quebram sobre rochas e na frente de um paredão de pedras. Um erro pode ter consequências graves.
A dica mais importante é " nunca" ostentar riqueza, usando roupas, eletrônicos, óculos, relógios ou quaisquer objetos que denotem que você tem grana, pois passará a ser um alvo em potencial para ladrões de ocasião. Também evite sair a noite, até porque não há muitas opções do que fazer.

Chicama, Perú.


































Porto Chicama, Porto Malabrigo ou simplesmente Chicama, fica a aproximadamente 800 Km ao norte de Lima e é um antigo e importante porto de pesca no litoral peruano. Ali também está localizada a onda mais longa do mundo, até o momento.
Chicama vem se transformando rapidamente por conta da intensa presença de surfistas do mundo todo que vem conhecer um ícone do surf mundial, e trazem muito dinheiro para esse reduto outrora pobre, fedorento e quase insalubre.
Proliferaram pousadas, restaurantes, lojas e hotéis na orla e hoje se pode comer e dormir muito bem por lá.
Inúmeros serviços surgiram para aproveitar os recusrsos trazidos pelo turismo, como serviço de moto táxi, fotógrafos de surf, botes e jet skis que fazem o transporte dos turistas do fim da onda até o pico, poupando muito esforço para surfistas que tem pouco tempo e muita grana (U$ 20,00 por 3 hrs de barco) e carros que fazem o transporte de pessoas para cidades próximas e sítios arqueológicos.
Até o imutável hotel El Ombre sofreu melhorias e incorporou um movimentado restaurante ao ambiente (um dos melhores de lá, por sinal).
Para quem quer gastar menos com acomodação, uma dica é se hospedar nas pousadas um pouco mais afastadas do pico. A pousada Iguana é uma boa dica (cerca de U$18,00 por dia com pensão completa).
Chiacama não é uma onda muito constante, pois só quebra quando grandes ondulações atingem a costa e picos próximos, como El Faro, em Pacasmayo, estão quase passados.
Uma opção pra quando Chicama está pequeno é se deslocar para Huanchaco (beach breack a 50 minutos de distância), Poemape (point breack a 45 minutos de distância) ou Pacasmayo (point breack a 1 hr de distância).
Normalmente as pessoas optam por ficar em Pacasmayo ou Huanchaco e se deslocarem para Chicama somente quando as condições estão favoráveis, uma vez que Chicama não tem muitas opções de lazer, fora o surf, a pesca ou beber umas geladas nos poucos bares da orla.

Pacasmayo, Perú.
















A cidade de Pacasmayo, no norte do Perú, fica a aproximadamente 800 Km de Lima e possui um dos surf spots mais conhecidos e procurados do Perú, conhecido como El Faro.
É uma pequena cidade com aparência de povoado interiorano, com um centrinho de ruas calçadas e limpas, com comércio diversificado, bons restaurantes e um mercado público meio fedorento mas com bastante variedade de frutas e frutos do mar frescos, principalmente pela manhã. A parte periférica é feia, suja e perigosa, principalmente a noite.
A onda é uma longa esquerda que começa a quebrar em frente a um farol (por isso o nome!) e segue entrando em uma grande baía. A principal vantagem é que ela é muito constante e um ótimo local base para conhecer as ondas da região, como Poemape (a 40 minutos de distância e quando El Faro está pequeno) e Chicama ( a 2 horas de distância e quando El Faro tem mais de 2 metros).
Nos dias maiores a onda chega a ter mais de 1 Km de extensão, deixando qualquer surfista extasiado. El Faro só perde para Chicama em extensão de onda. Só que normalmente, El Faro com ondulação acima de 2 metros, fica muito difícil passar a arrebentação, porque a corrente é forte e chegar ao canal não é tarefa fácil.
Atualmente já há serviço de botes e jet skis que te levam até o pico e que cobram U$ 10,00 por hora pelo serviço, o que facilitou bastante para os surfista, mas prejudicou os menos abastados que agora sofrem uma concorrência desleal no line up.
Um fenômeno recente é o crescente fluxo de Kite surfers que vão para Pacasmayo atrás dos ventos fortes constantes na parte da tarde, mas que não afetam muito a qualidade das ondas.
Eles não chegam a atrapalhar o surf convencional porque ficam concentrados na parte final da onda, mas no futuro pode haver problemas, como em outros surf spots do mundo.
Há várias opções de hospedagem na cidade, desde hotéis até pousadas simples.
Eu recomendo as pousadas El Mirador, El Caçador e Los Faroles, todas com boa infra estrutura, quartos limpos, chuveiros de água quente e diárias em torno de U$ 5,00 só pelo quarto ou U$ 18,00 com café, almoço e janta incluídos. Isto na baixa temporada.
Todas essas pousadas tem cozinha externa totalmente equipada, onde você pode fazer sua comida ou guardar os ingredientes para fazer refeições ocasionais.
A caminhada do povoado até o pico tem uns 2,5 km e leva uns 20 minutos. Uma alternativa é rachar uma moto táxi com outros surfista e pagar 2 Soles (U$ 0,80) para ser levado até o pico. Depois é só voltar a pé, conversando e apreciando a paisagem.
Uma dica é levar roupas que você não usa mais e adesivos para presentear os moto taxistas de sua preferência. Eles ficarão muito agradecidos, felizes e te darão algumas dicas e caronas bem convenientes, além de não esquecerem mais seu nome por alguns anos.
No centrinho, os restaurantes Puerto Escontido e El Gran Chimu tem cardápio variado de culinária local, baseada em frutos do mar, e com porções bem servidas e bons preços.
Troque seus dólares em bancos (tem um bem perto das pousadas), onde a cotação é melhor e você não corre risco de ser lesado.
Pacasmayo é um destino imperdível para os surfistas que visitam o Perú. Aproveite.

Punta Hermosa, Perú.
















Punta Hermosa, a cerca de 60 Km ao sul de Lima é um importante e tradicional pólo de surf no litoral peruano.
Ali ficam localizados vários picos de surf famosos em todo o mundo, com características distintas, concentrados em uma pequena faixa de litoral, o que torna Punta Hermosa um destino de surf muito procurado pela qualidade de seus point breaks (fundos de pedra).
La Isla é o pico de surf mais procurado, e por isso mais crowd, onde o localismo é mais intenso por parte dos peruanos, acostumados com o desrespeito por parte dos brasileiros. É uma direita longa, fácil de entrar e bem manobrável. Funciona bem com ondulação até 10 pés.
Kontiki fica no out side de La Isla e é uma onda de pico, pra direita e pra esquerda, embora a esquerda seja melhor, por ser mais longa e abrir mais. É uma onda que quebra sempre acima de 3 metros, forte e volumosa.
Punta Rocas fica a aproximadamente 2 Km de La Isla, seguindo pela Rodovia Panamericana Norte. É uma onda de pico cuja direita é mais longa e volumosa e a esquerda é mais curta e em pé. Funciona bem com ondulação até 12 pés, acima disso passar a arrebentação é tarefa difícil.
Seguindo pela região a direita de La Isla, ficam as ondas de El Passo, com características de beach breack e sem muita qualidade, mas são opções para dias de muito crowd.
No out side de El Passo fica Pico Alto, uma onda que começa a quebrar com ondulação acima de 12 pés e pode chegar aos 35 pés. É muito procurada por big riders de todo o mundo que pegam alí o resquício da ondulação que passou pelo Hawaii.
Señoritas fica em uma baía que se usa para sair de Pico Alto. É uma esquerda forte, tubular na maré seca e com fundo raso de pedras. A saída e entrada é pelas pedras e tem que tomar cuidado com os ouriços. Ela lembra muito a esquerda da Joaquina que quebra atrás da Pedra Careca.
Cabaleros é a direita que quebra do outro lado da baía onde fica Señoritas. É longa, hot Dog, e tem uma seção tubular mais para o inside. É muito procurada pelos brasileiros que não gostam de ondas grandes.
Como deu pra perceber, opções de ondas em Punta Hermosa não faltam, e o que é melhor, você pode percorrer andando. Além disso há mais uma infinidade de bons picos de surf nas proximidades.
O balneário cresceu muito nos últimos 10 anos, com muitas melhorias nos acessos até lá e na infra estrutura local, que hoje conta com comercio bem variado, muitas opções de restaurantes, padarias, bares, pousadas, hotéis e casas de veraneio para alugar.
Se você está em um grupo grande, talves seja mais vantajoso alugar uma casa, mas pesquise a localização para saber se é segura e próxima dos points de surf preferidos e se o dono do imóvel é uma pessoa idônea.
Uma boa opção de hospedagem é na Pousada do Luisfer, bem em frente a La Isla. O local é limpo, confortável e com vários quartos. O incoveniente é que está sempre com muita gente e o barulho é estressante as vezes. A diária fica em torno de U$ 18,00 com as 3 refeições incluídas, na baixa temporada. Eles oferecem o serviço de translado e surf trips.
A Pousada Mama Vidal é a minha preferida, por seu ambiente roots, calmo e acolhedor. Tem poucos quartos e o pessoal da pousada é muito amigável, fazendo você se sentir em casa. A diária por pessoa é de aproximadamente U$ 5,00, ou U$ 18,00 com as 3 refeições incluídas, na baixa temporada.
Punta Hermosa é outro destino imperdível na costa peruana.