sexta-feira, 31 de julho de 2009

Aprendendo novos Idiomas.

Você já botou no papel o gasto necessário para aprender uma lingua estrangeira fazendo cursos aqui no Brasil?
Gasto com mensalidade do curso, material didático, locomoção, lanchinho, essas coisas?
Sei que são necessários pelo menos 2 anos de estudo pra você sair falando com fluência, exigindo para isso um bom esforço.
Talves por isso tantos pais estão optando por enviarem seus filhos para programas de intercâmbio. No final das contas sai mais barato, e além da lingua estrangeira, a pessoa aprende a conviver com outros, novas culturas e a ser responsável e organizado. Nada mal!
Ainda mais barato é você se jogar de cabeça, comprando apenas as passagens e levando uma reserva de dinheiro, e de preferência, um cartão de crédito também, para eventualidades.
Se você ficar 6 meses a 1 ano inserido nessa nova cultura, convivendo apenas com nativos e falando a lingua deles, estará falando fluentemente depois desse período. Em 6 meses você estará sonhando nesse novo idioma. Depois é só permanecer praticando sempre que possível, senão esquece mesmo!
É claro que é recomendável levar um dicionário de linguas e um daqueles guias de viagem, prático e resumido e ler bastante. Bem como fazer contato com conhecidos que moram no local para onde você vai, ou que já estiveram lá, para pegar informações preciosas (como chegar, onde ficar e comer, quanto vai gastar por dia, essas coisas...).
Para países de lingua Inglesa, eu recomendo o Canadá, que recebe muito bem estrangeiros (grande parte da população é formada por imigrantes), não é caro e é fácil conseguir um emprego (assim que você souber falar um pouco da lingua), e você ainda pode aprender um pouco de francês também. Aconselho chegar no meio da primavera para ter tempo de se adaptar ao clima frio, e seja assíduo ao curso de linguas para estrangeiro, que é ótimo pra fazer contatos e amizades.
Outras opções muito boas estão em ilhas do Caribe que falam inglês, como Jamaica e Barbados, por exemplo. Tem ótima comida, é relativamente barato, seguro, os locais são muito amistosos e a paisagem é deslumbrante. Só tome cuidado com os Rastafaris, eles costumam dar golpes ou praticar pequenos furtos em turistas desavisados. Porque para eles, nós somos da Babilônia e subjulgamos a cultura deles. Mera desculpa psicológica para não se sentirem culpados.
Estados Unidos e Austrália também são muito bons, tem clima agradável, mas o povo não é assim tão amigável, a burocracia para entrar lá não é nada fácil e a fiscalização em cima do trabalhador ilegal é bem mais rigorosa.
A África do Sul é barata e cidades turísticas da costa como Durban, são mais tranquilas e menos perigosas que Joanesburgo. Mas vale lembrar que toda a África é muito perigosa para mulheres brancas, por ser corrente a crença de que fazer sexo (mesmo sem consentimento) com mulheres brancas e saudáveis pode curar quem tem AIDS.
Nova Zelandia também é uma boa pedida pra quem quer aprender inglês, embora já não seja mais tão fácil conseguir o visto. Mas uma vez que você chegou lá, não é difícil conseguir um emprego, assim que você se matricular em um curso (condição para ter autorização para 20 hrs de trabalho semanal, mas que com jeitinho pode virar 40 hrs). É bom chegar lá na época da colheita do kiwi e blueberry ou da tosa da lã de ovelhas, quando é grande a oferta de trabalho. Como deu pra perceber, o trabalho é mais abundante no meio rural. Estações de esqui também sempre precisam de profissionais com experiência em diversas atividades relacionadas.
O Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda) não são nada receptivos, a não ser que você tenha muito dinheiro pra gastar lá, além de ser caro e a comida não ser lá essas coisas.
Vale lembrar que nesses tempos de recessão mundial, a vida ficou mais difícil pra todos e talves não seja o momento ideal para esse tipo de empreitada. Mas se você tem dinheiro disponível, escolha o destino e vá em frente.
Se a sua intenção é aprender espanhol, qualquer país da América Latina serve, mas o Uruguai e Argentina estão com o câmbio bem favorável para nós e são países tranquilos, com pouca violência, boa comida e sem burocracia nenhuma para entrar e permanecer, embora conseguir emprego seja quase impossível.
O Chile é caro e se manter lá e coinseguir um trabalho não é nada fácil.
Outros destinos da América Latina são bem mais roots.
Eu recomendaria então o México (principalmente a região dos grandes centros turísticos do caribe, como Cancun e Acapulco, no Atlântico ou Guadalajara, na região central, que são mais tranquilos e tem maior oferta de empregos na área do turismo). Discos do Roberto Carlos são um regalito (presente) muito apreciado quando se quer estreitar relações.
Cuba é barato e tranquilo, tem ótima qualidade de ensino, comida saborosa e variada, muito parecida com a comida brasileira. O clima é ameno, a paisagem é bonita, o povo é muito amistoso e adora brasileiros. É bom levar camisetas da seleção brasileira (aquelas de camelô mesmo) e havaianas para presentear e fazer amigos.
Outras boas opções são Porto Rico e Costa Rica, onde você também pode aprender inglês, mas são mais caros.
Na Costa Rica você tem a opção de ficar em barraca em muitos locais, e se souber preparar sua comida, vai gastar pouco.Parece uma reserva florestal gigante e é muito fácil ir para o Panamá, Guatemala e outros países da região. Mas evite Honduras e El Salvador, que vivem em instabilidade política e há muitas armas em circulação, sendo fácil você ver uma criança ou adolecente com uma arma de verdade.
Se você quer um curso intensivo de vários idiomas, tente um emprego como tripulante de cruzeiros marítimos. Exige-se um pouco de conhecimento de inglês e não ganha tão bem, dependendo da função, além de se trabalhar muito, mas o convívio com pessoas de várias origens e culturas vale a pena.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Preparando para a vida.

Em quase 20 anos de andanças por várias partes do mundo, percorri recantos lindos e bem cuidados, e outros tantos, sujos, empoeirados e sem atrativo nenhum, onde você não entende porque pessoas insistem em viver ali. Mas garanto que esses locais inóspitos, foram e são muito mais emocionantes que uma Disneilândia, Seaword ou grande metrópole de 1° mundo!
Tá certo! Uma pessoa abastada da cidade grande ou um playboy ou patricinha, pode achar que sou louco, como os alpinistas que teimam em arriscar a vida escalando grandes e gélidos picos ao redor do mundo, procurando um sentido para a vida desafiando tolamente a morte. Mas não é esse o meu caso, e nem o que move muitas outras pessoas que encontrei e encontro vagando por esse nosso pequeno planeta (e como o mundo é pequeno!) !
A gente encontra muitos europeus (principalmente) que deixam o conforto de suas vidas, durante as férias ou após terminarem o equivalente ao 2° grau, acompanhados de amigos, familiares ou solitários mesmo, percorrendo de mochila nas costas o continente americano e africano. Seus pais fazem questão que sigam esses caminhos, que muitas vezes foram percorridos por esses mesmos pais muitos anos antes, e que vivenciem a experiência como uma verdadeira escola da vida, que vai moldá-los para o futuro de forma que dêem total importância ao "ser" e não ao "ter". Essa é a consequência de uma experiência dessas, junto de um valor maior que se passa a dar a coisas, muitas vezes ínfimas, que nem eram percebidas antes, como o prazer de uma ducha quente, o sabor da água pura, o cheiro da grama, a maciez da roupa de cama limpa e até do papel higiênico de boa qualidade.
Como a semente que jogamos na terra para germinar, deveríamos lançar nossos filhos no mundo também, para crescerem e darem frutos. Depois de percorrerem solos estéreis ou com pouca água, florescerão fortes em terra fértil e abundante quando voltarem pra casa, cheios de confiança, ideias e princípios.
É claro que nessa empreitada eles precisam de total apoio e muito planejamento, para não saírem traumatizados da experiência. Devem seguir etapas e serem assistidos, e quanto antes forem iniciados no hábito de viajar, melhor! Assim vão pegando gosto pela coisa e ficando mais independentes.
O mundo precisa de mais gente assim, e com urgência!
Se a nossa sociedade artificialista caminha no sentido do consumo desenfreado, com a conivência dos meios de comunicação e mesmo influência dos amigos de escola ou trabalho, precisamos ter esse contra ponto!
Sugestão para começar:
Pequenas viagens de carro ou ônibus, com seu(s) filho(s) pequenos ainda, para cidades a cerca de 100 km de distância, e ir aumentando a distância ao longo dos anos.
Quando os filhos forem jovens, podem ir de ônibus ou avião para casa de amigos ou parentes em cidades distantes ( o máximo possível ), dentro do país.
Após terminarem o 2° grau, podem ir de ônibus ou avião para o nordeste ou norte do Brasil. A partir do norte e Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e do sul da Bahia, a pobreza encontrada é bem mais radical que a presente nas regiões sul e sudeste. Vale a pena eles serem apresentados a essa realidade!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Não pode relaxar!











Acompanhando o caso daquele brasileiro que desapareceu em uma reserva natural na África após ter dispensado o guia (isso é o que diz o guia, muito suspeito por sinal!), enquanto realizava estudos de campo sobre políticas públicas para a pobreza, me lembrei de vários outros casos semelhantes e achei bom fortalecer o alerta.
As vezes nos envolvemos e solidarizamos com o sofrimento de comunidades pobres ou miseráveis ao ponto de perdermos a noção do perigo. A pobreza extrema nos faz achar que as pessoas que sofrem com ela estão fragilizadas demais, ao ponto de não corrermos risco. Afinal, estamos ali para ajudá-los e eles estão muito debilitados física e psicologicamente para nos ameaçar. Mas este é um engano frequente e perigoso, muitas vezes fatal!
É necessário e fundamental manter uma distância de segurança, onde cada pessoa da comunidade carente onde você está inserido é avaliada individualmente e você tenha certeza de que cada pessoa é diferente, com princípios morais muito distintos.
Normalmente, nestes locais aparentemente esquecidos por Deus, onde as crianças te recebem com alegria e os adultos com aquele olhar de esperança, se avalia erroneamente que todos são bons e sofredores tementes a Deus.
Tenha certeza que naquele meio há pessoas de má índole, que não estão interessados em esperar a ajuda que você pode dar ou não, ou nas migalhas que sobrarão pra eles após a partilha solidária dos recursos materiais ou financeiros que você desponibilizará.
São movidos por aquele pensamento egoísta do " Farinha pouca, meu pirão primeiro!"
Alguns conselhos básicos :
Nunca ande sozinho ! Ande sempre acompanhado de mais 2 ou 3 pessoas que você tenha mais confiança, mesmo que seja para ir ao banheiro (geralmente nesses locais eles ficam afastados ou você tem que recorrer a uma moita no mato).
Se for utilizar guias, procure pessoal recomendadas por pessoas de confiaça e leve sempre mais alguem (como no ítem anterior).
Sempre mantenha o máximo de pessoas informadas dos seus deslocamentos, tanto parentes que estejam longe quanto pessoal local de confiança e autoridades.
Não ostente riqueza, utilizando objetos de valor, ou mesmo "aparentemente" caros como relógios, óculos, laptop, i-pod, ou outra coisa tecnológica qualquer. É prudente usá-los de forma reservada ou em outra etapa mais segura da viagem.
Sempre compartilhe a comida que você levou, mesmo que você passe alguma privação.
Se for doar objetos pessoais (roupas, sapatos, etc....), faça de maneira reservada para evitar ressentimentos. Os objetos mais novos ou de maior valor devem ser dados próximo do dia da partida.
Lembre-se, as embaixadas do Brasil espalhadas pelo mundo são órgãos que só servem ao corpo diplomático e a pessoas com alguma influência política ou financeira. Não conte com a boa vontade delas. É melhor manter a mão os telefones dos escritórios da Cruz Vermelha ou de representações da ONU mais próximas, pois são órgãos mais confiáveis e mais experientes na resolução de problemas e conflitos.

Espero não ter passado a impressão de que visitar comunidades pobres nos confins de países de 3° ou 4° mundo (se 4° mundo não existe na teoria, existe na prática!) é um ato suicida, mas com certeza exige cuidados, jogo de cintura e planejamento.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

A força transformadora do surf.











Depois de 5 anos, retornei ao Peru no mês de junho para desfrutar 1 mês de merecidas férias e fugir da pesca da tainha no litoral catarinense (ocasião em que 80% a 90% das praias propícias a pratica do surf são fechadas, trazendo dinheiro e felicidade pra alguns e prejuízo e tristeza para outros. Coisas da vida!).
Fui direto para o litoral norte peruano para me esquivar do frio cortante do sul, e fiquei em Pacasmayo por um tempo.
A cidade não mudou muito desde que estive lá pela ultima vez, mas em termos de acomodações e restaurantes, melhorou muito! Agora há pelo menos 10 bons restaurantes, limpos e com cardápio variado, e 15 hotéis e pousadas seguros e com preços e serviços muito bons.
Todos esses estabelecimentos foram abertos e elaborados na intenção de atrair aquela clientela fiel e crescente, que retorna quase anualmente, pra desfrutar as ondas peruanas.
É isso mesmo! Nós surfistas estamos transformando vários povoados outrora decadentes e fadados ao abandono, e outros locais desertos e inóspitos em verdadeiros oásis de prosperidade em meio a pobreza e miséria. E isso está acontecendo em todos os recantos do planeta, daquela ilhota deserta nos confins da Indonésia, ao buraco mais fétido e empoeirado da América do Sul e Central, ou de um vilarejo de pescadores anciões no sul da Tasmânia a boca de um rio que ninguém conhece no leste ou oeste da África.
Seriam locais sem nada a oferecer e sem nada a receber, se não tivessem em seu entorno ondas perfeitas. Esse é o tesouro que move milhões, se não bilhões de dólares ao ano, e que faz nós surfistas, atravessarmos mares e terras pra encontrar aquele local mágico e dos sonhos (mas ninguém aqui está falando de beleza) onde quebra aquela onda perfeita e solitária, que alguma amigo do amigo do amigo disse que existia.
Posso citar pelo menos 20 locais assim que estive nos últimos anos, como os pueblos de Montañita e Las Tunas, no Equador, Puerto Chicama e Lobitos, no Peru, Rio Nexpa, Isla Navidad e La Roia no México, Santa Catalina e Bocas del Toro no Panamá, Banko Banko (Desert Point), Lake Donpu e Kuta Lombok na Indonésia, e muitos outros, que se não foce pelas ondas especiais que tem, estariam na mesma condição miserável que estavam antes de terem suas ondas descobertas.
E todo mundo sabe que atrás dos surfistas vem as mulheres, e atrás das mulheres que vem atrás dos surfistas, vem mais homens e aí o turismo se desenvolve.
Fico muito feliz ao presenciar esse fenômeno da transformação e saber que colaborei e participei dele, ajudando assim a diminuir a pobreza e melhorar a vida de pessoas até então totalmente abandonadas a própria sorte e sem perspectiva nenhuma.

Então continue viajando e procurando aquela onda perfeita e solitária, mas não seja egoista, deixe pistas de onde ela está ou conte pra algum amigo. Quem sabe Deus nos deu esse papel e por isso nos premiou com a vida que temos?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aviso de problemas técnicos.....

Pois é gente, eu vim ao Perú depois de quase 5 anos, esperando encontrar as coisas melhores, e registrar essas mudancas para depois fazer um comparativo com registros anteriores.
Infelizmente, as transformacoes ocorreram na infra estrutura, com melhorias nas ruas, estradas e passeios públicos. Os índices de criminalidade, que eram altos, ficaram piores!
Eu, que sou um viajante precavido e cuidadoso, tive meu equipamento fotográfico roubado de dentro de minha bagagem de mao no ônibus de Pacasmayo pra Talara, num vacilo de poucos minutos.
Entao, naum o mínimo espaco pro azar. Quando estiver viajando de ônibus aqui no Perú, nao tire os olhos de sua bagagem, nem que tenha que andar com ela no colo. Melhor o desconforto de ter a bagagem ao seu lado do que perde-la pra um ladraozinho barato.
Aqui nao pode dar mole nem com sua Havainas na praia, eles levam embora mesmo!!!! pra vocês sentirem o nível dos gatunos.
Desculpem o texto meio mal escrito, mas é que estou usando o computador da pousada e o teclado é diferente do usado no Brasil. Eu corrijo assim que eu voltar pro Brasil!
Prefiro assim, porque eu que nao sou maluco de trazer um lap-top pra um tour roots aqui no Peru!
Atualizarei o Blog com vários artigos assim que chegar ao Brasil, a partir do dia 18 de julho, fiquem atentos.