domingo, 19 de dezembro de 2010

O real valor dos presentes natalinos.
















Em muitas comunidades rurais ou isoladas de países que seguem o calendário cristão e que tem no cristianismo a base das religiões predominantes, principalmente em países europeus tradicionais, assim como nas Américas, o costume no natal é presentear com artigos artesanais produzidos pelas pessoas que querem dar aos amigos e familiares lembranças exclusivas e que indicam todo o trabalho e capricho necessários para a fabricação do artigo.
É uma saudável competição para ver quem faz o presente mais bonito e elaborado.
Todo o tempo e sacrifício necessário para a preparação do presente dá a demonstração do carinho que a pessoa que presenteia tem pela pessoa que recebe o presente. Aí está o real sentimento do Natal, o Sacrifício.
No interior da Alemanha e países baixos, sul da França, norte da Espanha, interior de Portugal e Itália é muito comum as pessoas presentearem com pães, bolos, doces, queijos, embutidos, vinhos e licores delicadamente e especialmente produzidos para a ocasião.
Em comunidades rurais latino americanas de origem europeia o costume também segue, ainda hoje, apesar do apelo da mídia pelo consumo de produtos industrializados.
Não é só a distância dos grandes centros consumidores e ausência de grandes magazines por perto que faz com que a tradição de presentear com produtos artesanais não morra, mas a consciência de que presentear com produtos feitos caprichosamente pelas próprias mãos é uma maneira muito mais carinhosa de demonstrar o quanto se tem de apreço e estima pela pessoa presenteada.
Infelizmente, nos grandes centros urbanos, esse costume já se perdeu faz tempo. Em outros tantos ele nem chegou a existir.
Está mais do que na hora de repensarmos nosso padrão de consumo de lixo industrializado e darmos o verdadeiro valor ao que realmente importa.
A melhor maneira de demonstrar seu apreço é estar presente sempre que possível e não deixar de demonstrar seu afeto e carinho nunca.
Poucos sabem o real valor de um abraço apertado e sinceramente carinhoso!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Montañita, Equador.
















Montañita talves seja o pico de surf mais famoso do Equador, depois de Galápagos.

É uma direita longa e de qualidade, que começa a quebrar sobre uma laje de pedra e coral e entra em uma longa baía de fundo de areia.
Até o ano 2000 era o pico de surf mais barato da América do Sul, e um dos melhores destinos para uma surf trip, pelo baixo custo e altas ondas.
Mas em 2000 o pais sofreu horrivelmente com as consequências de um El Niño muito intenso e devastador, que além de provocar enormes danos na já combalida infraestrutura, quebrou a frágil economia do pais. O governo resolveu dolarizar a economia e o Equador tornou-se um destino bem mais caro.
Esse mesmo El Niño que assolou o pais em 2000, também provocou mudanças no relevo, topografia e urbanismo da localidade de Montañita. Muitas casas foram destruídas, morros deslizaram, rios tiveram a calha retificada pela força das águas e o "pueblo" de Montañita sofreu muitas baixas, com muitos mortos e desaparecidos. O lugar nunca mais foi o mesmo.
O interessante é que a partir da tragédia, o governo investiu pesado em melhorias no urbanismo da localidade e nas rodovias que passam pela região, o que provocou um "boom" no crescimento turístico.
Muitas publicações internacionais especializadas fizeram a propaganda da qualidade das ondas da região e o fluxo de surfistas passou a ser intenso, principalmente por parte de brasileiros e europeus.
Infelizmente o crowd chegou a um ponto limite em que mesmo eu, um adorador daquelas paragens, me desiludí. Começou um localismo chato por parte da nova geração e uma disputa intensa pelas ondas nos horários de pico. Restou a opção de acordar bem sedo e o finzinho de tarde, ficar de olho no horário do almoço pra torcer por uma esvaziada no line up, ou explorar ondas menos visadas mas de qualidade na região, como Las Tunas e Rio Chico.
Atualmente o pueblo de Montañita parece muito com redutos turísticos badalados como Jacó, na Costa Rica ou Puerto Escondido, no México.
Se você não conhece Montañita e gosta de badalação, vale a pena conferir! Mas para fugir do crowd intenso, prefira ir entre Novembro e início de Dezembro e entre Março e maio. Entre Junho e Outubro as condições de vento e ondulação não são favoráveis!
Uma boa dica de hospedagem é a pousada Casa Del Sol, bem em frente ao pico. Tem acomodações confortáveis por bom preço e comida variada e feita com higiene ( o que é muito importante em se tratando de Equador). Os preços ficam em torno de U$ 20,00 por cabeça com café da manhã. Eles também oferecem serviço de translado e surf trips pela região.
Ao lado da Casa Del Sol tem a hospedagem do meu amigo Jorge, que aluga quartos por aproximadamente U$ 10,00 por cabeça (sem café da manhã). Eles servem as refeições caso seja acertado antes, e o diferencial são os frutos do mar fresquinhos, pescados pelo Jorge.
Lembre-se, estes preços são para a baixa temporada, na alta temporada você pagará o dobro!
No pueblo você encontra mais várias opções de pousadas e hotéis, bem como locais para comer, mas fica a aproximadamente 2 km do pico de surf, e além de você não ter como checar as ondas, a caminhada pode ficar bem cansativa depois de uma longa seção de surf.

Lobitos, Perú.
















Lobitos está localizado no extremo norte do litoral peruano, próximo de Mâncora e da fronteira com o Equador.
O local teve rápido desenvolvimento a partir de 2005, quando passou a ser conhecida mundialmente pela qualidade de sua onda, uma esquerda extensa e tubular, que lembra Desert Point, na Indonésia, só que com fundo de areia, o que para muitos é uma vantagem.
O problema é que o crowd se tornou absurdo e quase insuportável em alguns horários do dia e épocas do ano.
O pior é que é um crowd constituído por surfistas experientes, muitos deles profissionais, de origem americana, australiana ou européia. Os brasileiros não são maioria, o que é raro em se tratando de Perú.
No final de semana o mar fica ainda mais impregnado, principalmente por surfistas peruanos vindos de cidades próximas.
Um inconveniente que vem se disseminando são os assaltos, muitas vezes a mão armada, praticados por bandidos locais que ficam as espreita de turistas desavisados que optam por se hospedar em casas do povoado. Essa opção de hospedagem é mais barata do que ficar em pousadas próximas a praia, mas você fica dentro de uma comunidade pobre e cheia de marginais.
Eles se interessam principalmente por forasteiros que estão em grupo, ostentam riqueza e chegaram a pouco tempo (então ainda estão cheios de dólares).
As alternativas de hospedagem em pousadas e hotéis variam de U$ 5,00 a U$ 50,00, e há para todos os gostos, desde suites com ar condicionado a quartos simples com chuveiro frio.
Uma boa opção é o Hotel e restaurante Breakers ( telefone 073-96989311, e-mail breakerslobitos@yahoo.com ) com bungalows simples mas bem limpos, com camas confortáveis, mosquiteiro e ventilador de teto, para 3 ou 4 pessoas e pelo custo de U$ 5,00 por cabeça ( na baixa temporada). Esse local é bom por ser seguro e estar em um local estratégico, próximo a outros restaurantes bons e ao ponto onde se pega a condução que leva a Talara, uma cidade próxima boa para ser visitada em dias flat ou para comprar guloseimas, frutas, artesanatos e outros artigos em muitos dos seus mercados, feiras e lojas. Também é a cidade onde se pega o ônibus de volta a Pacasmayo, Mâncora, Piúra ou outras cidades grandes.
Para você conseguir fazer a cabeça no surf em Lobitos, tem que usar a clássica estratégia de acordar com as galinhas e surfar até quando der pra suportar o crowd, depois é só tomar o café da manhã, dar um descanso e depois caminhar para checar os picos próximos chamados El Molhe (ao lado de um pier de atracação de barcos pesqueiros) e Piscinas, uma esquerda bem manobrável e que tem um bom tubo na primeira seção, quando a maré está seca.
Piscinas é uma ótima opção porque raramente está crowd e é muito constante.
Na direção oposta, a esquerda do point de Lobitos, ficam as seções de El Ueco e Baterias, que só quebram com ondulações acima de 2 metros e que exigem bastante experiência, pois quebram sobre rochas e na frente de um paredão de pedras. Um erro pode ter consequências graves.
A dica mais importante é " nunca" ostentar riqueza, usando roupas, eletrônicos, óculos, relógios ou quaisquer objetos que denotem que você tem grana, pois passará a ser um alvo em potencial para ladrões de ocasião. Também evite sair a noite, até porque não há muitas opções do que fazer.

Chicama, Perú.


































Porto Chicama, Porto Malabrigo ou simplesmente Chicama, fica a aproximadamente 800 Km ao norte de Lima e é um antigo e importante porto de pesca no litoral peruano. Ali também está localizada a onda mais longa do mundo, até o momento.
Chicama vem se transformando rapidamente por conta da intensa presença de surfistas do mundo todo que vem conhecer um ícone do surf mundial, e trazem muito dinheiro para esse reduto outrora pobre, fedorento e quase insalubre.
Proliferaram pousadas, restaurantes, lojas e hotéis na orla e hoje se pode comer e dormir muito bem por lá.
Inúmeros serviços surgiram para aproveitar os recusrsos trazidos pelo turismo, como serviço de moto táxi, fotógrafos de surf, botes e jet skis que fazem o transporte dos turistas do fim da onda até o pico, poupando muito esforço para surfistas que tem pouco tempo e muita grana (U$ 20,00 por 3 hrs de barco) e carros que fazem o transporte de pessoas para cidades próximas e sítios arqueológicos.
Até o imutável hotel El Ombre sofreu melhorias e incorporou um movimentado restaurante ao ambiente (um dos melhores de lá, por sinal).
Para quem quer gastar menos com acomodação, uma dica é se hospedar nas pousadas um pouco mais afastadas do pico. A pousada Iguana é uma boa dica (cerca de U$18,00 por dia com pensão completa).
Chiacama não é uma onda muito constante, pois só quebra quando grandes ondulações atingem a costa e picos próximos, como El Faro, em Pacasmayo, estão quase passados.
Uma opção pra quando Chicama está pequeno é se deslocar para Huanchaco (beach breack a 50 minutos de distância), Poemape (point breack a 45 minutos de distância) ou Pacasmayo (point breack a 1 hr de distância).
Normalmente as pessoas optam por ficar em Pacasmayo ou Huanchaco e se deslocarem para Chicama somente quando as condições estão favoráveis, uma vez que Chicama não tem muitas opções de lazer, fora o surf, a pesca ou beber umas geladas nos poucos bares da orla.

Pacasmayo, Perú.
















A cidade de Pacasmayo, no norte do Perú, fica a aproximadamente 800 Km de Lima e possui um dos surf spots mais conhecidos e procurados do Perú, conhecido como El Faro.
É uma pequena cidade com aparência de povoado interiorano, com um centrinho de ruas calçadas e limpas, com comércio diversificado, bons restaurantes e um mercado público meio fedorento mas com bastante variedade de frutas e frutos do mar frescos, principalmente pela manhã. A parte periférica é feia, suja e perigosa, principalmente a noite.
A onda é uma longa esquerda que começa a quebrar em frente a um farol (por isso o nome!) e segue entrando em uma grande baía. A principal vantagem é que ela é muito constante e um ótimo local base para conhecer as ondas da região, como Poemape (a 40 minutos de distância e quando El Faro está pequeno) e Chicama ( a 2 horas de distância e quando El Faro tem mais de 2 metros).
Nos dias maiores a onda chega a ter mais de 1 Km de extensão, deixando qualquer surfista extasiado. El Faro só perde para Chicama em extensão de onda. Só que normalmente, El Faro com ondulação acima de 2 metros, fica muito difícil passar a arrebentação, porque a corrente é forte e chegar ao canal não é tarefa fácil.
Atualmente já há serviço de botes e jet skis que te levam até o pico e que cobram U$ 10,00 por hora pelo serviço, o que facilitou bastante para os surfista, mas prejudicou os menos abastados que agora sofrem uma concorrência desleal no line up.
Um fenômeno recente é o crescente fluxo de Kite surfers que vão para Pacasmayo atrás dos ventos fortes constantes na parte da tarde, mas que não afetam muito a qualidade das ondas.
Eles não chegam a atrapalhar o surf convencional porque ficam concentrados na parte final da onda, mas no futuro pode haver problemas, como em outros surf spots do mundo.
Há várias opções de hospedagem na cidade, desde hotéis até pousadas simples.
Eu recomendo as pousadas El Mirador, El Caçador e Los Faroles, todas com boa infra estrutura, quartos limpos, chuveiros de água quente e diárias em torno de U$ 5,00 só pelo quarto ou U$ 18,00 com café, almoço e janta incluídos. Isto na baixa temporada.
Todas essas pousadas tem cozinha externa totalmente equipada, onde você pode fazer sua comida ou guardar os ingredientes para fazer refeições ocasionais.
A caminhada do povoado até o pico tem uns 2,5 km e leva uns 20 minutos. Uma alternativa é rachar uma moto táxi com outros surfista e pagar 2 Soles (U$ 0,80) para ser levado até o pico. Depois é só voltar a pé, conversando e apreciando a paisagem.
Uma dica é levar roupas que você não usa mais e adesivos para presentear os moto taxistas de sua preferência. Eles ficarão muito agradecidos, felizes e te darão algumas dicas e caronas bem convenientes, além de não esquecerem mais seu nome por alguns anos.
No centrinho, os restaurantes Puerto Escontido e El Gran Chimu tem cardápio variado de culinária local, baseada em frutos do mar, e com porções bem servidas e bons preços.
Troque seus dólares em bancos (tem um bem perto das pousadas), onde a cotação é melhor e você não corre risco de ser lesado.
Pacasmayo é um destino imperdível para os surfistas que visitam o Perú. Aproveite.

Punta Hermosa, Perú.
















Punta Hermosa, a cerca de 60 Km ao sul de Lima é um importante e tradicional pólo de surf no litoral peruano.
Ali ficam localizados vários picos de surf famosos em todo o mundo, com características distintas, concentrados em uma pequena faixa de litoral, o que torna Punta Hermosa um destino de surf muito procurado pela qualidade de seus point breaks (fundos de pedra).
La Isla é o pico de surf mais procurado, e por isso mais crowd, onde o localismo é mais intenso por parte dos peruanos, acostumados com o desrespeito por parte dos brasileiros. É uma direita longa, fácil de entrar e bem manobrável. Funciona bem com ondulação até 10 pés.
Kontiki fica no out side de La Isla e é uma onda de pico, pra direita e pra esquerda, embora a esquerda seja melhor, por ser mais longa e abrir mais. É uma onda que quebra sempre acima de 3 metros, forte e volumosa.
Punta Rocas fica a aproximadamente 2 Km de La Isla, seguindo pela Rodovia Panamericana Norte. É uma onda de pico cuja direita é mais longa e volumosa e a esquerda é mais curta e em pé. Funciona bem com ondulação até 12 pés, acima disso passar a arrebentação é tarefa difícil.
Seguindo pela região a direita de La Isla, ficam as ondas de El Passo, com características de beach breack e sem muita qualidade, mas são opções para dias de muito crowd.
No out side de El Passo fica Pico Alto, uma onda que começa a quebrar com ondulação acima de 12 pés e pode chegar aos 35 pés. É muito procurada por big riders de todo o mundo que pegam alí o resquício da ondulação que passou pelo Hawaii.
Señoritas fica em uma baía que se usa para sair de Pico Alto. É uma esquerda forte, tubular na maré seca e com fundo raso de pedras. A saída e entrada é pelas pedras e tem que tomar cuidado com os ouriços. Ela lembra muito a esquerda da Joaquina que quebra atrás da Pedra Careca.
Cabaleros é a direita que quebra do outro lado da baía onde fica Señoritas. É longa, hot Dog, e tem uma seção tubular mais para o inside. É muito procurada pelos brasileiros que não gostam de ondas grandes.
Como deu pra perceber, opções de ondas em Punta Hermosa não faltam, e o que é melhor, você pode percorrer andando. Além disso há mais uma infinidade de bons picos de surf nas proximidades.
O balneário cresceu muito nos últimos 10 anos, com muitas melhorias nos acessos até lá e na infra estrutura local, que hoje conta com comercio bem variado, muitas opções de restaurantes, padarias, bares, pousadas, hotéis e casas de veraneio para alugar.
Se você está em um grupo grande, talves seja mais vantajoso alugar uma casa, mas pesquise a localização para saber se é segura e próxima dos points de surf preferidos e se o dono do imóvel é uma pessoa idônea.
Uma boa opção de hospedagem é na Pousada do Luisfer, bem em frente a La Isla. O local é limpo, confortável e com vários quartos. O incoveniente é que está sempre com muita gente e o barulho é estressante as vezes. A diária fica em torno de U$ 18,00 com as 3 refeições incluídas, na baixa temporada. Eles oferecem o serviço de translado e surf trips.
A Pousada Mama Vidal é a minha preferida, por seu ambiente roots, calmo e acolhedor. Tem poucos quartos e o pessoal da pousada é muito amigável, fazendo você se sentir em casa. A diária por pessoa é de aproximadamente U$ 5,00, ou U$ 18,00 com as 3 refeições incluídas, na baixa temporada.
Punta Hermosa é outro destino imperdível na costa peruana.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A importância de reciclar e o exemplo do prego.

Não há dúvida que o ato de reciclar é um dos atos de amor maior que se pode demonstrar pela natureza!
Nele está incutido todo o respeito e sacrifício que devemos demonstrar pelo meio ambiente preservado e saudável que temos o dever de deixar para os nossos descendentes.
Um bom exemplo do motivo de nos engajar no compromisso de reciclar o máximo possível é o exemplo do prego de construção.
Como todo metal que é retirado da natureza através da exploração de grandes jazidas minerais que destroem e descaracterizam paisagens naturais, o ferro requer todo um aparato tecnológico, logístico e financeiro para ser produzido.
Um único prego médio ou um pequeno punhado de pregos é responsável pela remoção de aproximadamente um kilo de minério de ferro de uma mina, que terá que ser deslocado até uma ciderúrgica, geralmente a muitos kilômetros de distância, ser purificado e beneficiado até virar prego.
É muito desgastante ecologicamente produzir qualquer metal, mas o prego é um exemplo emblemático pelo seu volume de utilização e pouca importância que damos a sua reciclagem.
Se todos tivéssemos ideia de todo o desgaste ecológico necessário para produzir o prego e demais metais, mesmo os menos nobres, daríamos, ou deveríamos dar, muito mais importância ao ato de reciclar esses materiais.
Sem contar os muitos mineiros mortos todos os anos no exercício da profissão.
Então, antes de jogar pregos e demais metais fora, sem dar a menor importância para seu ato, pense no custo ecológico e humano de seu ato e tente dormir tranquilo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Kuta Lombok, Lombok, Indonésia.
















A região de kuta Lombok, na Ilha de Lombok, é um refúgio para os surfistas que procuram sossego, uma variada gama de opções de ondas para a direita e esquerda, e fugir do crowd cada vez mais intenso de Desert Point (Banko Banko para os locais), do outro lado da ilha.
Em Kuta Lombok há acomodações para todos os gostos e orçamentos e vários tipos de ondas.
Eu indico o Hotel Kuta Inda, que tem apartamentos com ótimos preços ( U$ 5,00 por cabeça), com ar condicionado e 3 piscinas fenomenais. Mas o melhor é a comida, principalmente a janta, com excelente barbacue todas as noites! Os preços das refeições também é bem convidativo, se comparado com refeições com a mesma qualidade em outros lugares da Indonésia.
Para quem está com o orçamento apertado, uma boa opção está em algumas pousadas na orla da praia de Guerupuk, com preços por volta de U$ 5,00 com café da manhã (panqueca de banana e uma xícara de café) e vários warungs que oferecem refeições por U$ 2,00. A vantagem é estar pertinho de algumas das melhores ondas do lugar, como Guerupuk inside (uma direita que lembra Nias, embora não tão tubular) e Guerupuk out side (direita volumosa e forte que exige pranchas maiores).
Mas a praia de Guerupuk é um tanto poluída, uma vez que os moradores locais costumam despejar o esgoto diretamente na praia ou no mar, ou mesmo fazer as nessecidades direto na areia da praia, o que não é nada convidativo ou benéfico para o turismo.
O lugar é muito frequentado por japoneses, que adoram a tranquilidade da região e os baixos preços.
O artesanato barato e variado é outro atrativo do lugar. Você encontra desde entalhes em madeira e bambu, até tecidos elaborados trançados em teares manuais.
Picos de surf mais distantes e menos frequentados, como Maui e Ecas, devem ser explorados com o auxílio de guias locais, para evitar incidentes desagradáveis, como ficar perdido na selva ou ser roubado.
No Hotel Kuta Inda você pode contratar vans que fazem vários roteiros de surf trips pelos picos mais conhecidos e de melhor qualidade e para alguns secrets também. O custo é de aproximadamente U$ 10,00 por cabeça, para os picos mais próximos. Na recepção do Hotel você encontra um " cardápio" com as opções de ondas pela região (veja fotos no início da postagem) e os preços do deslocamento até cada pico.
Os locais costumam ser muito amistosos, mas só evite prometer comprar alguma coisa que lhe oferecerem, se sua intenção não é comprar! Você pode estar comprando uma encrenca e no final, vai ter que levar o que prometeu. Então não caia na lábia dos vendedores e esquive-se de promessas.
A paisagem deste lado de Lombok é muito bonita e mais exuberante e verde que outras partes da ilha, então aproveite os passeios nas horas vagas para desfrutar os encantos da região.

Lake Peak, Sumbawa.





































Lake Peak, na região de Lake Donpu, na Ilha de Sumbawa, na Indonésia, é um pequeno mosaico das ondas e da vida nesse arquipélago maravilhoso.
A rota de Bali para Sumbawa de ferryboat foi interrompida a alguns anos por falta de passageiros, deixando como alternativas ir de avião ou fazer uma longa e cansativa travessia de ilha em ilha.
A passagem de avião saindo de Bali custa cerca de U$ 180,00 e você tem a opção de ficar em Mataran (na ilha de Lombok) na ida ou na volta. É bom fazer a reserva com antecedência de pelo menos 5 dias.
O lugar fica a cerca de 3 horas de carro do aeroporto mais próximo, mas parece que leva mais tempo, porque o caminho é por estrada estreita, sinuosa, mal sinalizada, as vezes bem esburacada, com um fluxo caótico, e que passa pelo centro conturbado e congestionado de algumas cidades. Ou seja, não é fácil! Mas pelo menos a paisagem é interessante e você vai passar do clima semi árido ao tropical.
Nesse pequeno pedaço de terra você vai encontrar ondas para a direita e para a esquerda, com formação perfeita e com características distintas.
Em frente a estrutura de pousadas e hotéis na orla, ficam as ondas de Lake Pipe e Lake Peak.
Caminhando 20 minutos pela praia para dentro da baía, ficam os picos de Nangas e Periscopes.
Lake Pipe é uma esquerda bem vertical e tubular, com um drop rápido (principalmente na maré seca!). É bom não se aventurar muito para dentro do pico enquanto estiver no período de adaptação as ondas indonesianas, porque as seções são rápidas e exigem experiência e agilidade!
Lake Peak é um pico de direita e esquerda que quebra em frente a uma bancada rasa, onde se encontra um palanque para julgamento de competições de surf e Kite, como aquele encontrado na bancada de G-Land. Na maré baixa a direita é bem perigosa, terminando sobre pedras na bancada quase seca, por isso é bom ficar atento e sair antes do fim da onda.
A esquerda é tubular também e mais manobrável e longa.
Nangas é uma esquerda bem longa e manobrável, ideal para botar a prancha no pé e extrapolar os limites nas manobras. É a onda ideal quando está over control em Pipe e Peak, porque tem um canal largo e profundo que permite chegar sem dificuldades ao out side, mesmo em dias grandes.
Periscopes é uma direita meio surreal, que mais para o inside parece onda de piscina, daquelas que dão a impressão de não saírem do lugar. O tubo é seco e você parece parado no tempo, talves efeito da forte corrente contra que leva ao out side. Periscopes só funciona na maré média enchendo e na cheia e com ondulação maior.
Na orla de Lake Peak você encontra acomodações para todos os gostos, desde pousadas simples (U$ 5,00 com café da manhã) até luxuosos hotéis resorts, como o Aman Gati (U$ 25,00). Dá para conseguir um preço melhor se for ficar 10 dias ou mais.
Existem alguns bons restaurantes também, com os frutos do mar como pratos principais, e os preços ficam em torno de U$ 3, 00 a U$ 5,00 por uma boa refeição. O problema é que o serviço é um pouco lento (especialmente no horário de pico), principalmente para alguém que está verde de fome depois de uma seção de surf intenso. No caso da necessidade de refeição rápida, melhor recorrer a cozinha da pousada, naquelas onde o serviço é oferecido.
As condições para o surf são mais favoráveis no período da manhã, quando não tem vento ou ele é bem fraco. A tarde se intensifica um vento lateral que afeta as ondas e deixa Nangas como melhor opção.
A tarde as condições ficam ideais para os praticantes de Kite, e muitos profissionais vão treinar lá, muitos dos quais vão fazer filmagens e testar novos equipamentos. As vezes rola certa tenção com os surfistas dentro da água.
O mergulho e a pesca esportiva são alternativas muito boas para as horas vagas, assim como a caminhada pela praia para conhecer as belezas naturais locais e as nuances da cultura indonesiana.
Na praia ainda é possível observar as marcas do Tsunami de 2007, que levou muitos estrangeiros que eram donos de instalações turísticas a irem embora, deixando algumas edificações abandonadas pela orla.
A questão de 2 anos que novos empreendimentos começaram a aparecer e revitalizar a indústria turística local, que esteve bem estagnada e decadente na ultima década, principalmente depois do atentado de 2002, em Bali.
Além do tsunami, Lake Peak sofreu com a concorrência de outros surf spots descobertos em Sumbawa que tiveram desenvolvimento mais rápido, como as longas e perfeitas Scar Reef, Yo Yo's e Supersucks.
Lake Peak continua sendo uma ótima opção para quem quer fugir do crowd de Bali e outros spots da Indonésia, sem gastar muito.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A forma mais barata de ficar em Bali, Indonésia.
















Depois do atentado a bomba em Bali, em Outubro de 2002, os preços subiram muito na ilha, num reflexo contrário daquele que se poderia imaginar.
Os turistas estrangeiros, principalmente de língua anglo saxônica, foram instruídos pelos seus governos a não visitarem a Indonésia, e muito menos as outras ilhas onde a religião muçulmana é predominante.
Bali, por ser de religião Indú e ter povo muito amistoso, acabou se tornando quase que a única opção segura de turismo na Indonésia, o que levou a um grande incremento no turismo local.
Nos últimos 10 anos os preços subiram muito, no geral mais de 300%, o que tornou a viagem ainda mais cara, uma vez que a passagem a partir do Brasil já é um fator limitante, ficando sempre em torno de U$ 2500,00, com a compania aérea mais barata.

Por outro lado, o desenvolvimento acelerado da infra-estrutura para receber o fluxo crescente de turistas trouxe muitas vantagens.

As estradas estão muito melhores e melhor sinalizadas, há mais opções de restaurantes com ótima comida, todo tipo de acomodações e hotéis com preços para todos os bolsos, e muitas outras ofertas de serviços que antes eram precários ou não existiam.

É claro que o maior fluxo turístico fez o transito já caótico ficar ainda pior, na temporada!

Mas para quem quer gastar pouco e não se incomoda em ficar meio largadão, há algumas opções para ficar bem em Bali gastando pouco, em torno de U$ 15,00 por dia, ou ainda menos, com acomodação e alimentação incluídos.
A primeira providência ao chegar em Bali é entrar em contato com outros turistas que vão ao Bali Bukit, região onde ficam os principais picos de surf da ilha e local mais procurado, e rachar o táxi ou condução.
Depois é só pedir para ficar no acesso principal para Binguin, pois a melhor opção para ficar tranquilo, bem acomodado, comendo bem e não precisar de transporte é ficar em algum warung do clif de Binguin, de preferência bem próximo ao pico.
Os warungs da orla de Bali tem sempre estrados na forma de camas para que as pessoas possam relaxar e fazer massagens. Se você levar um saco de dormir e um mosquiteiro, poderá ficar de graça em um local desses, desde que faça as principais refeições no warung escolhido.
Seus objetos pessoais, documentos e dinheiro podem ser deixados com a dona do estabelecimento sem problema (só deixe o dinheiro bem escondidinho no meio de seus pertences, pra não chamar a atenção), mas é de bom tom você dar um presentinho para ela como agradecimento antecipado, como um par de havaianas, um boné, camiseta, perfume, ou coisas assim. Eles adoram um presente e adesivos!
Muitos turistas mais hipongas ficam nessa condição, principalmente jovens europeus que terminaram o segundo grau e estão procurando uma inspiração para um rumo na vida. Eles costumam ser amistosos e boas companias para trocar experiências, aperfeiçoar a língua estrangeira na conversação e cambiar livros e mercadorias.
Os Indús são muito honestos e gente boa, por acreditarem na lei do Karma (aqui você faz, aqui você paga!), por isso, pode confiar neles, principalmente quem já trabalha com o turismo a algum tempo e tem residência fixa, como os donos de warungs, restaurantes e pousadas.
A partir de Binguim você tem acesso a pé as praias de Padang Padang e Impossible (opções para quando o mar estiver maior), Dreem Land (para curtir uma praia badalada) e Balangan (com acesso pela praia na maré seca, mas que quebra onda boa só na maré média enchendo).
Há vários mercadinhos nas proximidades de Binguin, onde você poderá fazer compras eventuais.
Também há muitas opções de lazer nas proximidades, como o mergulho em Padang Padang quando o mar está flat, festas e luaus em vários lugares, trilhas, templos e aspectos de diferenças culturais que você só encontra por lá.
Ficando dessa maneira mais largadão, você estará meio que voltando no tempo, como quando as primeiras levas de surfistas e turistas estiveram desbravando aqueles confins do mundo nas décadas de 70 e 80, com a vantagem de ter muito mais conforto e segurança hoje em dia.
Então, se você quer curtir um pouco de turismo no estilo antigo e gastando pouco, não esqueça seu saco de dormir e vá em frente.