quinta-feira, 30 de julho de 2009

Preparando para a vida.

Em quase 20 anos de andanças por várias partes do mundo, percorri recantos lindos e bem cuidados, e outros tantos, sujos, empoeirados e sem atrativo nenhum, onde você não entende porque pessoas insistem em viver ali. Mas garanto que esses locais inóspitos, foram e são muito mais emocionantes que uma Disneilândia, Seaword ou grande metrópole de 1° mundo!
Tá certo! Uma pessoa abastada da cidade grande ou um playboy ou patricinha, pode achar que sou louco, como os alpinistas que teimam em arriscar a vida escalando grandes e gélidos picos ao redor do mundo, procurando um sentido para a vida desafiando tolamente a morte. Mas não é esse o meu caso, e nem o que move muitas outras pessoas que encontrei e encontro vagando por esse nosso pequeno planeta (e como o mundo é pequeno!) !
A gente encontra muitos europeus (principalmente) que deixam o conforto de suas vidas, durante as férias ou após terminarem o equivalente ao 2° grau, acompanhados de amigos, familiares ou solitários mesmo, percorrendo de mochila nas costas o continente americano e africano. Seus pais fazem questão que sigam esses caminhos, que muitas vezes foram percorridos por esses mesmos pais muitos anos antes, e que vivenciem a experiência como uma verdadeira escola da vida, que vai moldá-los para o futuro de forma que dêem total importância ao "ser" e não ao "ter". Essa é a consequência de uma experiência dessas, junto de um valor maior que se passa a dar a coisas, muitas vezes ínfimas, que nem eram percebidas antes, como o prazer de uma ducha quente, o sabor da água pura, o cheiro da grama, a maciez da roupa de cama limpa e até do papel higiênico de boa qualidade.
Como a semente que jogamos na terra para germinar, deveríamos lançar nossos filhos no mundo também, para crescerem e darem frutos. Depois de percorrerem solos estéreis ou com pouca água, florescerão fortes em terra fértil e abundante quando voltarem pra casa, cheios de confiança, ideias e princípios.
É claro que nessa empreitada eles precisam de total apoio e muito planejamento, para não saírem traumatizados da experiência. Devem seguir etapas e serem assistidos, e quanto antes forem iniciados no hábito de viajar, melhor! Assim vão pegando gosto pela coisa e ficando mais independentes.
O mundo precisa de mais gente assim, e com urgência!
Se a nossa sociedade artificialista caminha no sentido do consumo desenfreado, com a conivência dos meios de comunicação e mesmo influência dos amigos de escola ou trabalho, precisamos ter esse contra ponto!
Sugestão para começar:
Pequenas viagens de carro ou ônibus, com seu(s) filho(s) pequenos ainda, para cidades a cerca de 100 km de distância, e ir aumentando a distância ao longo dos anos.
Quando os filhos forem jovens, podem ir de ônibus ou avião para casa de amigos ou parentes em cidades distantes ( o máximo possível ), dentro do país.
Após terminarem o 2° grau, podem ir de ônibus ou avião para o nordeste ou norte do Brasil. A partir do norte e Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e do sul da Bahia, a pobreza encontrada é bem mais radical que a presente nas regiões sul e sudeste. Vale a pena eles serem apresentados a essa realidade!

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